Solo do ator Milton Aires estreia na EMAC

Exibição: 03/12 até 05/12

Dança contemporânea, teatro e artes do corpo movimento entram em cena numa apresentação entre o visível e o invisível. No palco, um único homem: Milton Aires, ator, bailarino e produtor paraense radicado em Goiás há quatro anos. O trabalho-solo tem sua estreia na próxima segunda-feira, dia 3 de dezembro, e tem uma curta temporada com apresentações nos dias 4 e 5 de dezembro na Sala 8 da EMAC, na UFG, localizada na Praça Universitária. As apresentações acontecem às 20 horas e a entrada é franca, com lotação máxima de 50 pessoas. Na segunda-feira, 3/12, haverá audiodescrição.

Sobre o espetáculo

Diante de um mar de invisíveis, isolado do mundo, um homem dança com suas lembranças e tempestades d’alma. Ele se desdobra entre estados de presença e ausências que inventa, e joga com as tensões de sua experiência humana. Essa dança é uma escrita viva e errante, uma dança perdida num corpo que naufraga. Um corpo que é estrangeiro de si, refugiado e esgotado pelas dobras do vento. OUM é alguém que atravessou o mar para desaparecer.

O espetáculo é um convite a uma experiência estética e sensorial forte. O trabalho apresenta ao público, além dos movimentos da dança, outras linguagens a partir da narrativa, instalações sonora e visual. Segundo Milton Aires, o espectador poderá vivenciar sensações e narrativas que o levarão a construir suas próprias leituras. “É um convite ao público a entrar, ainda que por um breve espaço de tempo, na natureza do trabalho, no ambiente e na atmosfera em que a dança acontece, e faze-los pertencer aquele momento”, adianta.

A criação

Financiado em R$50 mil no Edital de Bolsa de Formação, pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás 2016, o espetáculo faz parte do projeto “Dançar o invisível”. O trabalho de pesquisa que influenciou o espetáculo, contudo, começou há mais tempo. Entre julho e setembro de 2017, um intercâmbio artístico internacional levou Milton a Alemanha e França onde desenvolveu estudos e pesquisas com três mestres em dança e teatro. Contemplado pela Bolsa Funarte para Formação em Artes Cênicas, Milton se encontrou na Alemanha com Tadashi Endo, no Butoh Centrum MAMU, na cidade Göttingen na Alemanha. Em seguida a coreografa e performer Maya M. Carroll (The Instrument), em um curso intensivo na escola CND em Lyon, França. Por último, um estágio coreográfico com a bailarina e coreografa Nina Dipla, no Studio Menagerie de Verre, em Paris.

Segundo Milton, o intercâmbio foi a principal fonte de pesquisa e motivação para a montagem. “Foi a partir da viagem e do contato com as pessoas que tudo se construiu para a realização do espetáculo na prática. Ele também ajudou a ter um outro entendimento de como trabalha um diretor artístico e coreógrafo, as escolhas, acertos, erros e resoluções. A vivência prática de como conduzir um caminho de pesquisa, como definir um roteiro dramatúrgico e de como transformar e contextualizar tudo que você tem na estrutura cênica”, comenta o artista.

O segundo movimento dessa criação focou na imersão do artista diante de um trabalho solo. Ali, Milton se encontrou com os estados de migração, de isolamento e de refúgio. “Me vi em situações de estranheza e contradições, do corpo esgotamento, das memórias na musculatura e na retina”, compartilha o ator.

No percurso da pesquisa também apareceram algumas reflexões sobre nossa origem latino-americana. “Tive um olhar para os processos de migrações e de diásporas que constituíram quem somos hoje: uma reunião de povos miscigenados que se move e se articula por diversas frentes”, diz o ator que, nesse processo, acabou se encontrando com a escrita poética do romancista paraense Vicente Franz Cecim. A partir da literatura, a criação incorporou ações com gestos e falas, movimentos com texto, voz e corporeidade, experimentações com a narrativa oral e visual na busca por dar corpo a essas outras vozes.

Sobre o ator

Milton Aires é ator, bailarino e produtor cultural, paraense, radicado em Goiás desde 2014, nasceu em 10 de março 1983, em Belém do Pará, como Milton Santos de Jesus. Graduando de Licenciatura em Dança pelo IFG – campus Aparecida de Goiânia. Co-fundador da empresa Jambo & Jambú Produções (2013) e integrante dos grupos Coletivo Miasombra (PA) (2011) e Grupo Teatro que Roda(GO) (2015). Artista de Teatro desde 1999 e de dança desde 2008, em Belém trabalhou com os grupos: Cia de Investigação Cênica, Estúdio Reator, In Bust Teatro com Bonecos, Usina Contemporânea de Teatro. De 2011 a 2013, fez residência artística em São Paulo onde participou do núcleo de formação de atores da Casa Laboratório com direção de Cacá Carvalho e Integrou o núcleo artístico da Companhia do Miolo; intercâmbios artísticos com Lume Teatro – Campinas (SP) (2003,2006,2009,2011); Núcleo Artérias, Adriana Grechi (2011,2013) e Tadashi Endo (2011, 2017).

Em 2017, contemplado pela Fundação Nacional de Artes – FUNARTE no edital Bolsa Funarte para Formação em Artes Cênicas 2016, participou como artista bolsista pesquisador de residências em dança-teatro no Butoh Centrum MAMU (Alemanha); CND e Menagerie de Verre (Paris). Como artista solo pesquisa as matrizes culturais da região amazônica, nos povos tradicionais encontra material humano e sensível para construção de uma poética de trabalho singular e autoral. Como experimento desse estudo criou a cena performance “Makunaíma” a partir do mito do anti-herói ameríndio. A cena foi apresentada em festivais de cenas curtas nas cidades de Belo Horizonte(MG), São Paulo(SP), Goiânia (GO) e Curitiba(PN) e Belém (PA).

 

Ficha técnica

Criação e intérprete: Milton Aires

Textos: Vicente Franz Cecim

Música: Leonardo Venturiere

Consultoria dramatúrgica: David Matos

Consultoria visual: Nando Lima

Operador técnico e produção: Patrick Mendes

Apoio de produção: Luciano di Freitas

Paisagem sonora: Leo Bitar

Ilustração: Flávia Carolina (CabeloAvoa)

Design Gráfico: Bacae Design

Assessoria de imprensa: Nádia Junqueira

Colaboração Artística: Adriana Grechi

Colaboração em Intercâmbio: Tadashi Endo (JP/DE), Maya M. Carroll (DE) e Nina Dipla (FR)

Apresentação: Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás 2016, SEDUCE e Governo de Goiás

Realização:  Acerca – Associação Cultural Cerrado Amazônico e Projeto dançar [O] Invisível

Produção: Jambo&Jambú – produções

Apoio: EMAC – CCUFG – PROEC- UFG; Instituto Bacae; Dança IFG – IFG Aparecida de Goiânia; Coletivo Miasombra e GrupoTeatro que Roda

SERVIÇO

Temporada do espetáculo: [O]UM __ solo de dança-teatro , com Milton Aires

Duração: 45 minutos

Classificação: 12 anos

Datas: 3, 4 e 5 de dezembro

Horário: 20 horas

Local: Sala 8, EMAC/UFG, Praça Universitária (Atrás do Museu Antropológico da UFG)

Entrada franca, lotação de 50 pessoas

 

Fotos: Layza Vasconcelos e Ana Paula Mota

 

Assessoria de imprensa Nádia Junqueira

Fundo de Arte e Cultura de Goiás – FAC

Autores: Milton Santos de Jesus

Categoria de financiamento: Bolsa de Formação em Artes